quarta-feira, 29 de junho de 2011

Inconfidência mineira

A Inconfidência Mineira foi um dos mais importantes movimentos sociais da História do Brasil. Significou a luta do povo brasileiro pela liberdade, contra a opressão do governo português no período colonial. Ocorreu em Minas Gerais no ano de 1789, em pleno ciclo do ouro. No final do século XVIII, o Brasil ainda era colônia de Portugal e sofria com os abusos políticos e com a cobrança de altas taxas e impostos. Além disso, a metrópole havia decretado uma série de leis que prejudicavam o desenvolvimento industrial e comercial do Brasil. No ano de 1785, por exemplo, Portugal decretou uma lei que proibia o funcionamento de industrias fabris em território brasileiro.
Vale lembrar também que, neste período, era grande a extração de ouro, principalmente na região de Minas Gerais. Os brasileiros que encontravam ouro deviam pagar o quinto, ou seja, vinte por cento de todo ouro encontrado acabava nos cofres portugueses. Aqueles que eram pegos com ouro “ilegal” (sem  ter pagado o imposto”) sofria duras penas, podendo até ser degredado (enviado a força para o território africano).

Com a grande exploração, o ouro começou a diminuir nas minas. Mesmo assim as autoridades portuguesas não diminuíam as cobranças. Nesta época, Portugal criou a Derrama. Esta funcionava da seguinte forma: cada região de exploração de ouro deveria pagar 100 arrobas de ouro (1500 quilos) por ano para a metrópole. Quando a região não conseguia cumprir estas exigências, soldados da coroa entravam nas casas das famílias para retirarem os pertences até completar o valor devido.

Todas estas atitudes foram provocando uma insatisfação muito grande no povo e, principalmente, nos fazendeiros rurais e donos de minas que queriam pagar menos impostos e ter mais participação na vida política do país. Alguns membros da elite brasileira (intelectuais, fazendeiros, militares e donos de minas), influenciados pela idéias de liberdade que vinham do iluminismo europeu, começaram a se reunir para buscar uma solução definitiva para o problema: a conquista da independência do Brasil.
O grupo, liderado pelo alferes Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes era formado pelos poetas Tomas Antonio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa, o dono de mina Inácio de Alvarenga, o padre Rolim, entre outros representantes da elite mineira. A ideia do grupo era conquistar a liberdade definitiva e implantar o sistema de governo republicano em nosso país. Sobre a questão da escravidão, o grupo não possuía uma posição definida. Estes inconfidentes chegaram a definir até mesmo uma nova bandeira para o Brasil. Ela seria composta por um triangulo vermelho num fundo branco, com a inscrição em latim: Libertas Quae Sera Tamen (Liberdade ainda que Tardia).
Os inconfidentes haviam marcado o dia do movimento para uma data em a derrama seria executada. Desta forma, poderiam contar com o apoio de parte da população que estaria revoltada. Porém, um dos inconfidentes, Joaquim Silvério dos Reis, delatou o movimento para as autoridades portuguesas, em troca do perdão de suas dívidas com a coroa. Todos os inconfidentes foram presos, enviados para a capital (Rio de Janeiro) e acusados pelo crime de infidelidade ao rei. Alguns inconfidentes ganharam como punição o degredo para a África e outros uma pena de prisão. Porém, Tiradentes, após assumir a liderança do movimento, foi condenado a forca em praça pública.

Embora fracassada, podemos considerar a Inconfidência Mineira como um exemplo valoroso da luta dos brasileiros pela independência, pela liberdade e contra um governo que tratava sua colônia com violência, autoritarismo, ganância e falta de respeito.

Revolução cubana

A Revolução Cubana foi um movimento popular, que derrubou o governo do presidente Fulgêncio Batista, em janeiro de 1959. Com o processo revolucionário foi implantado em Cuba o sistema socialista, com o governo sendo liderado por Fidel Castro.

Antes de 1959, Cuba era um país que vivia sob forte influência dos Estados Unidos. As indústrias de açúcar e muitos hotéis eram dominados por grandes empresários norte-americanos. Os Estados Unidos também influenciavam muito na política da ilha, apoiando sempre os presidentes pró-Estados Unidos. Do ponto de vista econômico, Cuba seguia o capitalismo com grande dependência dos Estados Unidos. Era uma ilha com grandes desigualdades sociais, pois grande parte da população vivia na pobreza. Todo este contexto gerava muita insatisfação nas camadas mais pobres da sociedade cubana, que era a maioria.
 Fidel Castro era o grande opositor do governo de Fulgêncio Batista. De princípios socialistas, planejava derrubar o governo e acabar com a corrupção e com a influência norte-americana na ilha. Conseguiu organizar um grupo de guerrilheiros enquanto estava exilado no México.

Em 1957, Fidel Castro e um grupo de cerca de 80 combatentes instalaram-se nas florestas de Sierra Maestra. Os combates com as forças do governo foram intensos e vários guerrilheiros morreram ou foram presos. Mesmo assim, Fidel Castro e Ernesto Che Guevara não desistiram e mesmo com um grupo pequeno continuaram a luta. Começaram a usar transmissões de rádio para divulgar as idéias revolucionárias e conseguir o apoio da população cubana.
 Com as mensagens revolucionárias, os guerrilheiros conseguiram o apoio de muitas pessoas. Isto ocorreu, pois havia muitos camponeses e operários desiludidos com o governo de Fulgêncio Batista e com as péssimas condições sociais (salários baixos, desemprego, falta de terras, analfabetismo, doenças). Muitos cubanos das cidades e do campo começaram a entrar na guerrilha, aumentando o número de combatentes e conquistando vitórias em várias cidades. O exército cubano estava registrando muitas baixas e o governo de Batista sentia o fortalecimento da guerrilha.
No primeiro dia de janeiro de 1959, Fidel Castro e os revolucionários tomaram o poder em Cuba. Fulgêncio Batista e muitos integrantes do governo fugiram da ilha.

O governo de Fidel Castro tomou várias medidas em Cuba, como, por exemplo, nacionalização de bancos e empresas, reforma agrária, expropriação de grandes propriedades e reformas nos sistemas de educação e saúde. O Partido Comunista dominou a vida política na ilha, não dando espaço para qualquer partido de oposição.

Com estas medidas, Cuba tornou-se um país socialista, ganhando apoio da União Soviética dentro do contexto da guerra fria.

Até hoje os ideais revolucionários fazem parte de Cuba, que é considerado o único país que mantém o socialismo plenamente vivo. Com a piora no estado de saúde de Fidel Castro em 2007, Raul Castro, seu irmão, passou a governar oficialmente Cuba, em fevereiro de 2008.

Ditadura militar no Brasil

 Podemos definir a Ditadura Militar como sendo o período da política brasileira em que os militares governaram o Brasil. Esta época vai de 1964 a 1985. Caracterizou-se pela falta de democracia, supressão de direitos constitucionais, censura, perseguição política e repressão aos que eram contra o regime militar.  
O golpe militar de 1964
A crise política se arrastava desde a renúncia de Jânio Quadros em 1961. O vice de Jânio era João Goulart, que assumiu a presidência num clima político adverso. O governo de João Goulart (1961-1964) foi marcado pela abertura às organizações sociais. Estudantes, organização populares e trabalhadores ganharam espaço, causando a preocupação das classes conservadoras como, por exemplo, os empresários, banqueiros, Igreja Católica, militares e classe média. Todos temiam uma guinada do Brasil para o lado socialista. Vale lembrar, que neste período, o mundo vivia o auge da Guerra Fria.
Este estilo populista e de esquerda, chegou a gerar até mesmo preocupação nos EUA, que junto com as classes conservadoras brasileiras, temiam um golpe comunista.

Os partidos de oposição, como a União Democrática Nacional (UDN) e o Partido Social Democrático (PSD), acusavam Jango de estar planejando um golpe de esquerda e de ser o responsável pela carestia e pelo desabastecimento que o Brasil enfrentava.
No dia 13 de março de 1964, João Goulart realiza um grande comício na Central do Brasil ( Rio de Janeiro ), onde defende as Reformas de Base. Neste plano, Jango prometia mudanças radicais na estrutura agrária, econômica e educacional do país.

Seis dias depois, em 19 de março, os conservadores organizam uma manifestação contra as intenções de João Goulart. Foi a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que reuniu milhares de pessoas pelas ruas do centro da cidade de São Paulo.

O clima de crise política e as tensões sociais aumentavam a cada dia. No dia 31 de março de 1964, tropas de Minas Gerais e São Paulo saem às ruas. Para evitar uma guerra civil, Jango deixa o país refugiando-se no Uruguai. Os militares tomam o poder. Em 9 de abril, é decretado o Ato Institucional Número 1 (AI-1). Este, cassa mandatos políticos de opositores ao regime militar e tira a estabilidade de funcionários públicos.


Revolta da vacina


O início do período republicado da História do Brasil foi marcado por vários conflitos e revoltas populares. O Rio de Janeiro não escapou desta situação. No ano de 1904, estourou um movimento de caráter popular na cidade do Rio de Janeiro. O motivo que desencadeou a revolta foi a campanha de vacinação obrigatória, imposta pelo governo federal, contra a varíola. Situação do Rio de Janeiro no início do século XX 
A situação do Rio de Janeiro, no início do século XX, era precária. A população sofria com a falta de um sistema eficiente desaneamento básico. Este fato desencadeava constantes epidemias, entre elas,febre amarela,peste bubônica e varíola. A população de baixa renda, que morava em habitações precárias, era a principal vítima deste contexto.
Preocupado com esta situação, o então presidente Rodrigues Alves colocou em prática um projeto de saneamento básico e reurbanização do centro da cidade. O médico e sanitarista Oswaldo Cruz foi designado pelo presidente para ser o chefe do Departamento Nacional de Saúde Pública, com o objetivo de melhorar as condições sanitárias da cidade.
Campanha de Vacinação Obrigatória 
A campanha de vacinação obrigatória é colocada em prática em novembro de 1904. Embora seu objetivo fosse positivo, ela foi aplicada de forma autoritária e violenta. Em alguns casos, os agentes sanitários invadiam as casas e vacinavam as pessoas à força, provocando revolta nas pessoas. Essa recusa em ser vacinado acontecia, pois grande parte das pessoas não conhecia o que era uma vacina e tinham medo de seus efeitos.
Revolta popular 
A revolta popular aumentava a cada dia, impulsionada também pela crise econômica (desemprego, inflação e alto custo de vida) e a reforma urbana que retirou a população pobre do centro da cidade, derrubando vários cortiços e outros tipos de habitações mais simples.
As manifestações populares e conflitos espalham-se pelas ruas da capital brasileira. Populares destroem bondes, apedrejam prédios públicos e espalham a desordem pela cidade. Em 16 de novembro de 1904, o presidente Rodrigues Alves revoga a lei da vacinação obrigatória, colocando nas ruas o exército, a marinha e a polícia para acabar com os tumultos. Em poucos dias a cidade voltava a calma e a ordem.


Cangaço

Entre o final do século XIX e começo do XX (início da república), surgiu, no nordeste brasileiro, grupos de homens armados conhecidos como cangaceiros. Estes grupos apareceram em função, principalmente, das péssimas condições sociais da região nordestina. O latifúndio, que concentrava terra e renda nas mãos dos fazendeiros, deixava as margens da sociedade a maioria da população.
Portanto, podemos entender o cangaço como um fenômeno social, caracterizado por atitudes violentas por parte dos cangaceiros. Estes, que andavam em bandos armados, espalhavam o medo pelo sertão nordestino. Promoviam saques a fazendas, atacavam comboios e chegavam a seqüestrar fazendeiros para obtenção de resgates. Aqueles que respeitavam e acatavam as ordens dos cangaceiros não sofriam, pelo contrário, eram muitas vezes ajudados. Esta atitude, fez com que os cangaceiros fossem respeitados e até mesmo admirados por parte da população da época.

Os cangaceiros não moravam em locais fixos. Possuíam uma vida nômade, ou seja, viviam em movimento, indo de uma cidade para outra. Ao chegarem nas cidades pediam recursos e ajuda aos moradores locais. Aos que se recusavam a ajudar o bando, sobrava a violência. 


Como não seguiam as leis estabelecidas pelo governo, eram perseguidos constantemente pelos policiais. Usavam roupas e chapéus de couro para protegerem os corpos, durante as fugas, da vegetação cheia de espinhos da caatinga. Além desse recurso da vestimenta, usavam todos os conhecimentos que possuíam sobre o território nordestino (fontes de água, ervas, tipos de solo
e vegetação) para fugirem ou obterem esconderijos.

Existiram diversos bandos de cangaceiros. Porém, o mais conhecido e temido da época foi o comandado por Lampião (Virgulino Ferreira da Silva), também conhecido pelo apelido de “Rei do Cangaço”. O bando de Lampião atuou pelo sertão nordestino durante as décadas de 1920 e 1930. Morreu numa emboscada armada por uma volante, junto com a mulher Maria Bonita e outros cangaceiros, em 29 de julho de 1938. Tiveram suas cabeças decepadas e expostas em locais públicos, pois o governo queria assustar e desestimular esta prática na região. 


Depois do fim do bando de Lampião, os outros grupos de      cangaceiros,já enfraquecidos, foram se   
desarticulando até terminarem de vez ,no final da década de 1930.

Quilombos

O que são quilombos?
Os quilombos são comunidades fundadas por escravos que conseguiram fugir de seus senhores.
Há quem diga que os quilombos foram organizações de resistência e luta contra uma sociedade escravocrata.  (antropóloga Daniela Carolina Perutti da universidade de São Paulo)
E há quem diga que os negros fugidos para os quilombos almejavam apenas a liberdade individual e que também existia escravidão dentro dos quilombos. (Túlio Vilela profº de história formado pela USP)
Houve quilombos de todos os tamanhos, o maior e mais famoso deles foi o quilombo de Palmares localizava-se na serra da barriga região onde se localizam hoje Alagoas e Pernambuco, a data da fundação de Palmares não é certa. Algumas fontes dizem que foi em 1580 e outras que foi em 1597 e outras que foi até antes disso. Palmares chegou a ter mais ou menos 20 mil habitantes e esse nome lhe foi dado por causa da quantidade de palmeiras que existiam em sua região.
O primeiro líder de Palmares foi Ganga Zumba, ele assinou um acordo de paz com o governo da capitania de Pernambuco, o acordo de 1678 que libertaria apenas os nascidos no quilombo e liberaria a utilização das terras ao norte de Alagoas, os escravos não aceitaram e isso gerou revolta nos quilombolas que liderados por Zumbi envenenaram Ganga Zumba tio dele.
Zumbi liderou Palmares por 15 anos não aceitava negociação e usava técnicas de guerrilha na defesa do quilombo, assim foram enviadas 18 expedições do governo português para destruir Palmares, mas só conseguiram quando enviaram Domingos Jorge Velho e Bernardo Vieira de Melo e em 20 de novembro de 1695 Zumbi é morto numa emboscada e sua cabeça é cortada, levada para Recife e colocada num poste, para servir de exemplo para escravos fujões, alguns dizem que ele foi morto e outros dizem que ele suicidou-se. Sem outra liderança Palmares sobreviveu até 1710 quando se desfez.
Atualmente existem mais de 2 mil comunidades quilombolas, só 3,14%são reconhecidas pelo governo e a maioria está localizada na região nordeste.
  1. Maranhão  642
  2. Bahia  396
  3. Pará  294
  4. Minas Gerais  135
  5. Pernambuco  91
  6. Rio Grande do Sul  64
  7. Mato Grosso  59
  8. Ceará  54









Comunidades quilombolas hoje
Como vivem os quilombolas hoje?
Os quilombolas hoje vivem em casas de pau a pique, alguns ainda praticam agricultura, pesca,fazem artesanato e lutam pelo reconhecimento das terras em que vivem.

Algumas revoltas quilombolas hoje

Espírito Santo – 23/11/2009
Cantando, quase 200 negros fecharam a BR 101 e lutavam pela apropriação de suas terras em Sapé do Norte de onde foram forçados a sair por causa das plantações de cana, eucalipto e pasto.

Vale do Ribeira SP – 22/04/2010
Movimento na BR 116 mais de 3 mil manifestantes pediam ao governo federal a preservação da região onde tem a presença de agricultura familiar e de 51 comunidades quilombolas.

São Luís do MA – 07/06/2011
O líder quilombola da Comunidade do Charco em São Vicente Férrer, Flaviano Pinto Neto foi executado com 07 tiros à queima-roupa e a casa do vice-presidente da Associação dos Quilombolas do Povoado Charco, Sr. Almirandi Pereira, foi alvejada com 03 tiros de calibre 380 (o mesmo que matou Flaviano).


sexta-feira, 24 de junho de 2011

Movimento Punk




1-AS ORIGENS
Punk era uma gíria estadunidense, que designava sujo, sem valor, desmoralizada e coisas do tipo.
O movimento punk no Brasil surgiu no início da década de 80, na cidade de São Paulo, mais precisamente nas áreas suburbanas e do grande ABC, motivos não faltaram para o surgimento desse movimento, que repudia fascismo, racismo, sexismo e autoritarismo, pois nessa época o país vivia uma ditadura sufocante, forte onda de desemprego e o inconformismo social eram mostrados através da música e da rebeldia.
Na época fanzines que expressavam o anti-capitalismo eram bastante comuns, o que chocava demais a sociedade conservadora e burguesa. O corpo e os trajes também eram bastante usados contra essa sociedade conservadora, como por exemplo, as roupas rasgadas pichadas com símbolos anarquistas ou socialistas, buttons, alfinetes, correntes, os cabelos coloridos com moicanos enormes e espetados, tudo isso era uma forma de expressão que fugia totalmente dos padrões da moda e consumo.
O movimento vindo da Inglaterra foi adaptado à realidade do nosso país, onde a juventude se via sem futuro e oprimida pelo estado.
2-QUEM PRÁTICA E SEGUE O MOVIMENTO?
Como já dito no início o movimento punk surgido nos anos 80, tinha uma forte ideologia, na época haviam punks bastante politizados, bandas como Inocentes, Garotos Podres, Ratos de Porão, Cólera, Olho Seco, Restos do Nada, atraiam milhares de pessoas que viam na música e no visual uma forma de contestar.
Nos dias atuais a ideologia está um pouco escassa, o punk está virando modismo. Dificilmente nos deparamos com punks que seguem a verdadeira ideologia do movimento, sem contar que atualmente o movimento se dividiu em facções: anarco, sub, kaos, independente, libertário, entre tantas outras, criando determinada rivalidade dentro do próprio movimento, criando assim uma onda de violência entre os próprios.
O movimento ainda não está morto, apenas decadente.
A rebeldia politizada de um punk dos anos 80 foi substituída pelo modismo alienado do “punk” do século XXI.

3-PARTICULARIDADES DO MOVIMENTO
O movimento punk tem suas particularidades, como por exemplo, o Do it yourself (faça você mesmo) e o No proft(sem lucros), onde exigem muito rigor no cumprimento das devidas “regras” que são a base do movimento. Essas expressões mostram a postura anticapitalista, antimidiática e anticomercial, características essas singulares do movimento punk.
Os fanzines são bastante característicos desse movimento, que procura através do mesmo mostrar a visão politizada dos punks e a solidariedade com as camadas discriminadas perante a sociedade, um dos fanzines mais populares do movimento era o “Libertare”, um fanzine liderado por uma mulher anarco-feminista na cidade de João Pessoa - PB, que seguia adequadamente a ideologia, não tinha fins lucrativos, buscava levar informações do ponto de vista externo a mídia oficial, bem como denúncias e críticas ao sistema.
O visual com certeza é o que mais chama a atenção no movimento, esse visual além de ser um dos primeiros elementos da cultura punk, permanece desde o seu nascimento.
Cada cor e cada peça, ao contrário de que muitos pensam, têm um significado dentro da ideologia, analisaremos cada uma delas:
-uso da cor preta: representa a existencialismo e o anarquismo.
-jaquetas de couro, braceletes, pulseiras, calças rasgadas (adornadas com alfinetes, correntes, pregos, etc.): tem uma forte influência sadomasoquista e vem justamente com o intuito de chocar a sociedade com muita agressividade.
-cabelos moicanos: era um corte de cabelo usado pelos índios siuoxs, extinto povo estadunidense.
-cabelos coloridos e espetados, bem como o próprio moicano: vem bater de frente com a estética imposta pela sociedade de consumo.
-buttons: é um meio de comunicação punk posta na própria roupa, já que geralmente trazem uma mensagem, seja ela o símbolo do anarquismo, do comunismo e muitas vezes até do nazismo, rostos de ídolos revolucionários (Che Guevara, Marx, etc.) também fazem parte desse meio de propagar a ideologia.
BIBLIOGRAFIA:
CALAFA, Janice. O movimento punk na cidade: a invasão dos bandos sub. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.
ABRAMO, Helena. Cenas juvenis: punks e darks no espetáculo urbano. São Paulo: Página Aberta, ANPOCS, 1994.